An Apology
Meu grande homem, porque sangraste tão amargamente? Suas veias saltam de maneira horrenda. Recomponha-se, ou me fará degustar do seu próprio sangue, tão fétido quanto os traidores. Essa sua coragem expressada tão tolamente, não me engana.
Não clame por misericórdia, eu almejo ver seu sangue aquecendo a minha pele. Seus dentes rangendo de dor. Você agora é minha presa, tão fácil quanto o escuro da noite, invadindo o vazio dos olhos. Não se afogue agora, ainda preciso vê-lo agonizando, mas não agora. Nesse exato momento, você ainda é meu. Eu posso sentir meus dedos tocando sua pele, de forma doce, eu gosto pensar que estou sendo afável nesta manhã. De um cinza perolado tão peculiar, quanto a fumaça que trago, pairando no ar. Vire-se! Vire-se agora! Você pertence a mim! Minhas condolências, por ter se enganado todo esse tempo. Minha voz hoje é rouca, você pode perceber? Tão febril quanto os meus olhos, tão doentio quanto o meu ser. Sua camisa de força não resolvera, eles continuam aqui, desde os primórdios, varrendo o semblante de cada sofrimento.
Meu caro Lestat, és da verdade que te assombro, possuir-me-ei aos teus prantos no renascer do dia, quando o sol tocar-lhe os lábios escarlates, selarei carinhosamente. Tão murcha quanto à alma que vagamente te perturba, aqui vai mais um rosa amarela e um cartão de despedida. Já que os sinos do inferno te chamam. É hora da Farra!
— Oh, caro Lestat, cure o meu câncer!