Pela madrugada eu escrevo...
Em minha própria memória.
Depois de tingida e rasgada, faço-te as honras, Lecter!
Em minha própria memória.
Depois de tingida e rasgada, faço-te as honras, Lecter!
Trago-te noticias, já que essa malha fina não me serve. E ela, que antes, era o mimo em vida! Veja, quantos sorrisos ela já não furtou? Confrade, trago-te noticias. Existe algo muito doloroso. Algo inexplicável. Algo que não existe. Digo-lhe certa, de que não existe. Mas essa malha fina acabou por diminuir. Acabou por desaparecer. Ela não me serve. Eu cuspo o bagaço da minha dor, nessa maldita malha fina! Maldita malha fina! Maldita malha fina! Trago-te noticias. Eu a teci. Eu a amei. Trago-te noticias de que sou construída por julgamentos. E é essa malha fina. Ela tem um azul que desesperançou o dia. Ele se foi. E agora, essa maldita malha fina, pertence a uma tonalidade de cinza. Eu estive tecendo por muito tempo, mas... agora, eu quero tingi-la. Essa maldita malha fina, disse que não existo. Essa maldita malha fina, se foi. Trago-te noticias por te amar tanto, mesmo sufocada por essa maldita malha fina. Tantos anos. Tantos anos. Em minha memória, faça-te de contas, que um castelo foi desmoronado. E bem, eu já não visto essa malha fina rosa chá – mesmo depois de tingi-la. Mas esse castelo, depois de dias, ele foi reconstruído. Acredita? Acredita em mim? Acredita que após esse alicerce, eu estou tecendo a minha armadura e substituindo-a por uma mortalha? Em minha memória, peço-te que me ame sem fim. Peço que não se vá. Mas eu me vou. Eu me vou, porque algo me mata. Algo me destrói e é culpa dessa maldita armadura!
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